domingo, 26 de dezembro de 2010

Primavera

Voltamos a ver o pôr do sol naquele banco do parque muitas vezes durante a primavera. Era emocionante e reconfortante observar, ao lado do Art, o astro rei sumir na linha do horizonte colorindo o céu em tons de violeta, púrpura, vermelho e laranja. A cada crepúsculo anunciando o final do dia, eu renovava minha crença na magia da nossa união.


O melhor era receber seus beijos quando a noite caía. Nem percebíamos o tempo passar, envolvidos pelos momentos de arrebatamento, ouvindo a nossa sonata clara e nítida como a luz do dia. E posso afirmar que não houve um beijo do meu namorado o qual não me inspirasse a escutar a nossa música, como se a executassem ao nosso lado.


Muitas vezes íamos ao parque um pouco mais cedo apenas para deitar na grama e desfrutar da calidez dos raios solares. Arthur tem uma imaginação fértil e sempre encontrava algo admirável se formando em meio às nuvens brancas do céu.


Sua jovialidade, felicidade e alegria me impressionam. Embora seja muito maduro, ele admira a vida como uma criança bem cuidada e amada, pleno de pureza e fé! Busca sempre o melhor de qualquer situação e encontra resposta para tudo. Sua sedução é terna e calorosa, eliminando quaisquer resquícios de dúvida, quando me encontro em seus braços.


Com a proximidade do final do semestre, eu estava sempre as voltas com os meus trabalhos, cada vez mais complexos. Eu tinha dificuldade para compreender algumas matérias teóricas. E ficava ansiosa tentando responder tudo, buscando decifrar cada uma das questões propostas pelos professores.


Art sempre faz suas tarefas de frente para mim. Sensibilizado com a minha dificuldade, para e só volta ao seu exercício depois de me ajudar. Realmente é impressionante a quantidade de informação e conhecimento gravados em seu cérebro. O mais incrível, meu namorado não recita frases decoradas, simplesmente sabe e explica tudo com facilidade, ele é um excelente professor.


No almoço, o cozinheiro do alojamento sempre serve alimentos com carne. Eu aproveitava para retribuir sua ajuda com os estudos, preparando para meu vegetariano favorito, uns sanduíches de queijo, tomate e orégano no pão de centeio. Se eu não fizesse isso, Arthur acabava pulando as refeições. Como eu, ele muitas vezes esquecia das refeições e quando lembrava de comer, se entupia de porcarias!


Sempre ficava envergonhado com a minha dedicação e agradecia pela refeição, elogiando os sanduíches muito bem preparados. Eu ria, pois eu apenas fatiava e juntava os ingredientes sobre um pedaço de pão. Arthur merecia um verdadeiro almoço, entretanto com as finais, eu preferia aproveitar o tempo extra namorando.


Ele estava disposto a me fazer brilhar nos estudos e sempre me acompanhava nos textos mais difíceis. Uma vez perguntei se ele não precisava estudar, então respondeu: ”Anjo, eu não gosto de falar sobre isto, pois nem todo mundo entende... Eu assisto às aulas, os professores passam a bibliografia e descubro já ter lido a maior parte. Bem, raramente eu preciso estudar para o curso.” Sua modéstia não o permitia dizer, ele é autodidata, seu ingresso na universidade é apenas para obter um diploma e seguir a carreira acadêmica.


Quando o meu anjo notava minha desconcentração, jogava o livro no chão. Minha mente cansada e saturada de informações agradecia sua pausa e meu corpo estremecia ao ser puxado para seu colo. Eu largava meu livro alegremente e me entregava aos seus carinhos.


Era o momento certo para me beijar, eu me sentia tonta e embriagada pelo seu calor. Nossa música continua a tocar e a cada dia a tensão existente entre nós aumenta. Na verdade eu nunca me aproximei tanto de alguém quanto dele. Eu anseio por seus beijos, abraços, por sentir seu perfume de eucalipto e pinho misturado à sua própria essência natural. É inebriante estar próxima a ele!


Às vezes eu sentia necessidade de relaxar um pouco ao ar livre, junto à árvore no quintal do alojamento. Arthur me acompanhava e posso afirmar, nunca tive tanta vontade de estar junto a uma pessoa antes. Eu me acostumei a ser sozinha, os anos de isolamento na infância e adolescência fizeram de mim uma solitária. No entanto, o meu anjo me modificou profundamente, sinto uma necessidade premente de estar ao seu lado.


Ele aproveitava aqueles momentos de relaxamento para sussurrar: “Preciso de você, diz que não estou vivendo um sonho! Se eu estiver não me acorde, prefiro dormir para o resto da vida tendo meu anjo em meus braços.” Art colocava em palavras os meus pensamentos, o que vivíamos parecia irreal, pleno e completo. Era como se estivéssemos construindo um novo mundo, onde só havia beleza, amor e paz.


Certa vez, fomos com os nossos amigos patinar no Centro Comunitário, éramos três casais. Uma novidade para mim, pois nunca saí para um passeio com um grupo tão grande e muito menos entre casais. Eu gostava de ter tantos amigos por perto e apreciei cada momento do passeio.


Naquela tarde, fiquei extasiada ao encontrar seus olhos brilhando a me procurar a cada volta na pista. Eu desejava estar mais perto, ficar distante do meu anjo é quase insuportável. Em menos de meia hora patinando, eu senti o calor das suas mãos de encontro as minhas, admirei o seu sorriso contagiante, encontrei dentro de seus olhos a profundidade de sua alma e o reflexo da minha.


Esquecidos de nossos amigos, Art me beijou com carinho, como se eu fosse um ser precioso o qual deve ser cuidado e protegido. O contato dos nossos lábios é terno e pleno de amor, a nossa música virou plano de fundo, nossa conexão está muito além. Com o efeito deste singelo beijo no meu ser, é inevitável acreditar ainda mais nesse amor surreal.


Em outro passeio, jantamos fora com o Felipe e a Emília. Após escolher meu prato, fui ao toalete com a Emi, para checar minha aparência e lavar as mãos. Eu sempre me olho no espelho, observo a minha brancura e tento descobrir um meio de ganhar pelo menos um pouquinho de cor nas faces sem exagerar demais na maquiagem.


Quando saiu do reservado, minha amiga me abordou, estava nervosa e ansiosa. Não entendi porque resolveu falar, justamente em um banheiro de restaurante. Disse o quanto estava contente por me ver ao lado do Arthur e acreditava na felicidade da nossa união. Mesmo assim achava necessário me contar, não queria que eu fosse a última a descobrir, afinal todos estavam comentando pelas minhas costas.


Fiquei abismada e impaciente, desejava saber o motivo de ser o alvo das más-línguas. Emília continuou e finalmente falou sobre o Evandro estar namorando a Francisca. Ela estava irritada, pois a garota vivia afirmando ser minha amiga e agora desfilava com o meu ex-namorado pela universidade, sem nem ao menos me dar alguma explicação.


Respirei fundo, não me magoava o fato de ele estar namorando. Eu não tinha dúvidas, ele era parte do meu passado. Porém, obter a prova de estar sendo enganada pela Fran, isto sim me magoava. Acreditei em sua amizade e não era verdadeira. Falei disto para Emi. Ela compreendeu meu desabafo e disse: “Não se importe com isto, existem pessoas falsas e você sempre vai cruzar com elas no seu caminho, com o tempo vai acabar percebendo quem merece ser seu amigo e quem não.”


De volta a mesa, o jantar estava servido. Art percebeu meu desapontamento e segurou minha mão me confortando. Ele não tinha ideia sobre a minha conversa com a Emília no banheiro, todavia era sensível o suficiente para captar a indignação gravada no meu semblante.


Meu namorado buscou mudar minha expressão e me mandou um beijo. Era clara a sua intenção, desejava fazer minha aflição passar. Mal consigo acreditar na minha boa sorte, ele me encantava com sua sensibilidade e me fazia sentir completa, mesmo em momentos tão conflitantes. Ele conseguiu seu intento, esqueci-me totalmente da falsa amizade e pensei apenas na alegria de ter um anjo na minha vida.


Eu ensaio com meu violino todos os dias. A nossa sonata ficou um tanto de lado, por que eu precisava terminar a minha composição para encenar no final do semestre. Eu executava a mesma música, a qual trabalhei durante todo o período, antes mesmo de o nosso namoro começar.


Arthur sempre ficava por perto, me olhando com aquele sorriso aberto, escutando o som do meu violino com tanta intensidade quanto eu o amava. Eu mal podia acreditar nisso! No entanto, é verdade, eu o amo incondicionalmente, a cada dia este amor só aumenta, junto a minha admiração por ele. Como alguém tão maravilhoso pôde se apaixonar por mim?


Meus antigos conceitos e velhas percepções de autocomiseração e baixa autoestima continuavam a causar conflitos e confusões em minha mente. Enquanto eu toco, sinto sua presença firme ao meu lado, sinto-me amada. Mesmo assim, ficava preocupada com os seus sentimentos. Ele parece em dúvida quanto a fazer amor comigo. Quando eu estava incerta, era porque dentro de mim, inconscientemente, eu sabia não ser o Evandro meu verdadeiro amor. E se for o seu inconsciente também o alertando?


Após alguns dias me debatendo na insegurança, resolvi visitar e conversar com minha mãe. Ela sempre me ajuda a entender meus sentimentos. Eu realmente sou abençoada, pois Anne voltou na hora certa! Amo meu pai, porém, com ele é muito difícil conversar sobre relacionamentos. Depois, da história da Francisca, não sei se posso confiar em mais nenhuma amiga. Preciso de alguém disposto a me ver realmente feliz.


Ao chegar à sua casa, encontrei apenas o mordomo. Ele me informou sobre a minha mãe, ela estava recebendo uma massagem no spa e deveria voltar em uma hora. Resolvi gravar a última sonata que aprendi, usando o pequeno estúdio em sua casa. Há um mês gravo sempre uma música nova, para montar um CD.


Estava totalmente absorvida com o violino, quando a mamãe chegou. Seu sorriso ao me ver era contagiante, em seu semblante havia um questionamento. Ela sabia das finais, eu mesma recusei um de seus convites naquela semana, devida a proximidade das provas. Mesmo assim assumiu o controle da gravação e esperou o término da minha execução.


Quando a concluí a sonata, mamãe me fez sentar no sofá. Estava preocupada com a minha vinda, sabia que apenas algo muito importante me levaria a procurá-la no meio da semana. Nestes poucos meses ao seu lado, ela se esforçou para me compreender e agora conhece cada movimento meu, cada emoção refletida nas minhas ações.


Logo no começo do meu namoro, agradeci o seu conselho e estímulo para enfrentar o medo e assumir meus sentimentos pelo Arthur. Se eu vivo este amor intenso e desconhecido, se mal consigo descrever como me sinto, devo isso a Anne. Por fim, foram as minhas dúvidas a me encaminharem a buscar sua orientação novamente.


Expliquei a minha preocupação, a dificuldade em entender as motivações dele para me namorar. Art é lindo, inteligente, sensível, carinhoso, como podia se interessar por mim? Mamãe me mandou calar, não estava acreditando nas minhas palavras. Então complementei: É isto mãe, ele é tão perfeito que parece um anjo encarnado! Não sou boa o bastante para ele!


Anne me censurou: “Como este rapaz poderia não se apaixonar por você? Você é linda, inteligente, sensível, carinhosa, parece um anjo encarnado! Filha, você se descreveu e não seu namorado!” Eu olhei para ela admirada, mal conseguia pronunciar-me. Balbuciei um “mas”, completamente insegura de como agir.


Ela me cortou ternamente: “Compreendo que você tenha dúvidas, é natural na sua idade, mas você precisa perceber o seu real valor. Quantas garotas de dezoito anos estão terminando o segundo ano na Universidade? Quantas garotas compõem e interpretam músicas lindas para violinos, têm sensibilidade suficiente para perdoar uma mãe sumida por dezoito anos? Você é a jovem mais linda que conheci em toda a minha vida e eu conheci muitas. Só não me orgulho mais de ser sua mãe, porque quem te criou foi o Leto.”


Fiquei pasma com a sua declaração. A forma como ela me enxergava, mesmo me encantando me deixou inquieta. Eu não esperava ouvir coisas tão belas a meu respeito. Estava emocionada e feliz demais com esta Anita, descrita pela Anne. Poder olhar dentro de mim e ver tantas coisas bonitas das quais nem acreditava ser capaz! Será esta a visão do Art?


À noite eu comentei com o Arthur a conversa com a mamãe. Na cama, antes de dormir, eu me sinto mais segura para falar dos meus sentimentos por ele. Acredito realmente estar protegida em seus braços, sob as luzes apagadas do quarto criei coragem e perguntei como ele me via.


Meu namorado respondeu como um pai paciente ao ensinar algo a uma criança inexperiente: “Você é um anjo, inocente, pura, sensível, amorosa, dedicada, inteligente. Só tem um defeito, esta insegurança. Eu te amo mais que tudo neste mundo e me sinto impotente diante disso. Quero fazer você compreender, eu também tenho meus momentos de insegurança... Procuro não me deixar levar por eles. Você precisa aprender a lidar com as suas e não deixá-las afetar seu discernimento sobre os meus sentimentos por você. Eu te amo, anjo. Nunca se esqueça disto!”


Depois das suas lindas palavras, me deu um beijo casto e eu apaguei agarrada a ele, afastando toda a insegurança dos meus pensamentos. Nós dormimos juntos todas as noites. Algumas vezes em meu quarto, outras no dele. Eu estou acostumada a dormir em seus braços, me pergunto se conseguiria voltar a dormir se não tiver o seu peito como travesseiro, o seu calor e o perfume do seu corpo a me envolver.


Uma semana antes das finais, meus pais me chamaram para almoçar. Arthur foi visitar a sua família e me deixou na porta da casa. Ao entrar encontrei minha mãe muito ansiosa, sem me dar tempo para respirar, me abraçou com força e senti uma dramaticidade pouco comum. Como se a minha presença fosse algo extraordinário para ela.


Mal sentei a mesa para almoçar e mamãe começou a explicar o motivo de desejarem a minha presença. Os dois tinham novidades a me contar, muito importantes e definitivas para as suas vidas. Precisavam compartilhar comigo este momento. Ao ouvir suas palavras, um mundo de ideias boas e ruins passou pela minha cabeça, contudo seus semblantes refletiam felicidade. Apesar da minha apreensão, apostei em boas novas!


Anne finalmente falou: “Filha, eu e seu pai resolvemos oficializar nossa união, pretendemos nos casar na véspera do Natal e esperamos sua aprovação. Vamos fazer uma reunião simples aqui em casa mesmo, pela manhã. Contamos com sua presença e claro, do seu namorado, de qualquer forma eu e Anaïs nos tornamos muito amigas e eu vou convidar toda a sua família.”


Papai estava radiante, nunca o vi tão feliz e comunicativo. Ele anunciou orgulhoso: “Sabe Vida, agora que sua mãe está aqui comigo, eu não quero deixá-la escapar, ainda mais com outro filho a caminho...”


Nem dei tempo para ele terminar a frase: Eu vou ter um irmãozinho! Quase caí da cadeira quando falou do “filho a caminho”. Sempre desejei um irmão, desde o início pensava nisso, os dois são jovens e podem ter muitos filhos. Só não imaginava a oficialização desta relação?! É um tanto surpreendente uma filha de dezoito anos assistir ao primeiro casamento de seus pais e comecei a me empolgar com a ideia, ia ser muito bom presenciar a cerimônia!


Mamãe ficou envergonhada, suas faces ruborizaram, antes de comentar algo sobre o papai precisar de mais tato ao dar este tipo de notícia. Afinal, eles haviam decidido contar tudo devagar, primeiro a união, depois a criança por nascer.


Ele pegou em sua mão e disse para apaziguá-la: “Ah, meu amor, tudo bem! Ani sempre quis um irmão não vai ficar com ciúmes nem nada. Ela não deve lembrar, mas quando tinha três anos me pediu um irmãozinho. Eu acabei explicando como funciona esta história de ter filhos e sobre sem mãe não haver chance. Só então ela deixou a ideia de lado.”


Eu concordei com Anacleto. Lembrava-me muito bem da ansiedade por ter um irmão e da devastadora descoberta de não poder ter nenhum sem uma mãe para gerá-lo. Passamos o restante do almoço comentando sobre o vestido, as flores, o bolo, os convidados e principalmente o bebê que nasceria em sete meses. Meu pai pediu para eu tocar no início da cerimônia. E eu aceitei sem titubear, fiquei muito feliz com o convite.


Por fim, me despedi dos dois mais cedo, precisava voltar para os estudos. Saí de lá radiante com as novidades. Eu estava na porta da casa, quando o celular tocou, atendi e reconheci a voz de imediato: Art! Ele me pediu para olhar para baixo e não entendi nada.


Quando olhei, lá estava ele sorrindo para mim, com o celular na mão. O Universo conspira para nos aproximar. Eu estava fechando a porta, quando Arthur passava com a intenção de me chamar para voltar com ele ao alojamento. A minha surpresa ao vê-lo só aumentou a minha alegria.


Eu me atirei em seus braços, meu namorado me agarrou e suspendeu com segurança, estava eufórica. Tudo parecia tão perfeito, nunca imaginei encontrar tanta felicidade. Um namorado maravilhoso, o casamento de meus pais e um irmão a caminho. Meu anjo me perguntou: “Esta alegria toda é só por me ver? Sei o quanto gosta de mim, mas parece haver um pouco mais nisso!”


Eu expliquei o quanto sua presença sempre me enchia de felicidade, contudo as novidades dos meus pais me deixaram assim e comecei a contá-las. Percebendo em seu olhar e no seu carinho ao envolver meu queixo delicadamente o reflexo do meu júbilo. Era adorável perceber o quanto as minhas emoções positivas o motivavam!


De volta ao alojamento, me aguardavam horas de estudos teóricos tediosos e as boas novas me deram novo ânimo para enfrentar uma semana repleta de provas. A melhor parte dos estudos é ensaiar no violino por horas, harmonizando minha composição para a apresentação do final do semestre e no Festival da Primavera, junto aos melhores alunos da Universidade. Entretanto o ápice destes ensaios era o incentivo do meu anjo. Ele fica embevecido com a minha música e se mantem parado, observando e sorrindo por horas!


Meu namorado também me ajudou a finalizar um dos trabalhos deste semestre, tornando minha tarefa menos enfadonha. Com ele ao meu lado tudo parece mais agradável e divertido. Sua capacidade para o ensino é notável, Art deseja se tornar um bom mestre, no entanto eu sei que será o melhor. Vai enfrentar ainda muitos anos de estudos universitários, pós-graduação, mestrado, doutorado e Phd. Uma necessidade para quem deseja trabalhar com pesquisa e no meio acadêmico.


Eu fico encantada com sua habilidade. Arthur, além de muito inteligente e ser um verdadeiro gênio, é muito culto. Conhece a história música em todos os seus pormenores e faz analogias com a história da humanidade, das artes plásticas, da arquitetura, da literatura e da filosofia, obviamente. Acaba por me fazer compreender a essência de uma época e praticamente compartilhar a alma dos compositores!


Com a ajuda do meu anjo eu entendia tudo rapidamente e nós ganhávamos um tempo extra para namorar. Art sempre me surpreende, eu fico perplexa com sua aproximação e totalmente envolvida pelo seu perfume, esqueço de tudo e me entrego aos seus carinhos.


Enquanto o Arthur fazia suas provas, eu aproveitava para dançar. Nas últimas semanas eu pouco me dediquei à dança e comecei a ganhar uns quilos indesejáveis. Meu namorado não se importava realmente, eu sempre estava linda aos seus olhos. No entanto, eu não queria perder todo o meu guarda-roupa.


Minha última prova foi a apresentação da minha música. Era realmente a melhor parte de todo o meu programa na Universidade, a prática. Eu estava confiante, pois já havia apresentado a composição anteriormente, o professor Gilberto me orientou em cada acorde. Esperava ter alcançado a maestria almejada em nossas aulas.


Quando terminei, o também diretor da Escola de Música me aplaudiu, demonstrando seu apreço pela minha performance. Finalmente, me ofereceu uma oportunidade única, executar minha música nos cinco dias do Festival da Primavera. A euforia me envolveu, não imaginava tocar em todos os dias. Ele ainda me reservou a maior honra, a apresentação de encerramento na noite de gala do anfiteatro.


Eu estava muito feliz com a honraria concedida a mim pelo meu benfeitor. A primeira pessoa a quem desejava contar era o meu anjo. Encontrei-o deitado em sua cama, bem à vontade, lendo um dos seus livros favoritos: A Dinâmica do Inconsciente, do Jung. Observá-lo, me deixou ainda mais animada, estava encantador.


Ao me ver, largou o livro rapidamente e comentou enquanto se levantava: “Parece que ultimamente você anda muito feliz e não é por minha causa! Com certeza correu tudo muito bem no estúdio.”


Eu me atirei em seus braços, contei sobre as apresentações e o quanto me sentia honrada por tocar durante todo o Festival da Primavera. Porém não poderia deixar de comentar o quanto me agradava ver o amor da minha vida sem camisa e disse: O melhor mesmo foi chegar e encontrar você aqui assim. Uma visão do paraíso! Ele riu e me aconchegou ainda mais de encontro ao seu torso desnudo.
Esta é a melhor primavera de toda a minha vida!



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10 comentários:

  1. Sei que o capítulo foi praticamente sobre o Art e o amor sublime entre os dois, mas não posso deixar de lembrar que Anne sempre sabe o que dizer. Os anos afastada não a fizeram uma mãe pior e que ótimo que terá a oportunidade de treinar tudo novamente agora com a chegada de um irmãozinho pra Ani! Que notícia feliz!
    Não me surpreendeu que o diretor a fizesse tal convite tampouco!

    Amo muito!

    ..: Bjks :..

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  2. Tiaaaaaaaaa

    Os dois estão lindos juntos, ms devo confessar q eu to anciosa pro Art querer ir mais adiante com esse namoro *sins Os dois são lindos juntos, acho q não tem mais o q duvidar q eles foram feitos um para o outro *--*
    Ain um bebe lindo a caminho *-* a Anita e toda familia com certeza irão ficar babando s2
    Ainda bem q a Ani não se abalou muito pela falsidade da Fran, azar do Evandro ficar com aquela feiosa... aushuahsuhaushauhs

    Desculpa a demora do comentario.... =$


    Bjoos

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  3. Pah,
    Ah! Fala muito do quanto ele se tornou importante para ela.
    Os anos afastada só fez Anne imaginar as conversas que gostaria de ter com a filha e como ajudá-la em todas as situações. Com certeza ela terá uma oportunidade maior agora e o Leto vai ter que lhe ensinar como trocar uma fralda! rsrsrsrs
    Ele sabe o valor de sua protegida!


    Deh,
    Ele não demonstra querer ou desejar isso... Por que será? O.o Não é por falta de amor, pelo menos é o que ele diz!
    Se eu conseguir que fique igual a primeira versão... Vai ser um bebê lindo mesmo! rsrsrsrsrs
    Aff... Acho que ela ficou magoada, mas... Nada insuperável! Evandro deu mole e perdeu o "filé", agora se contenta com carne de segunda. rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs


    Obrigada por tudo meninas! Amo vocês!
    bjosmil! *.*

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  4. Que saudades!!!
    Que bom que consegui voltar a ler e me atualizei.
    Passei quase todo o dia me deliciando com a leitura.
    Antes gostava mais do "florzinha", como disse o Anacleto, mas agora acho o loirinho mais legal, até encontrei semelhanças, mas com certeza não me identifiquei com o fato dele gostar de sol, tenho carinho pela deusa Amaterassu, mas prefiro o deus Tsukuyomi. (Não acredito em nem um, mas sempre tive simpatia por mitologia)

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  5. A cada atualização a leitura fica melhor e mais prazerosa!
    Hj após me deliciar com a atuh meu coração ficou feliz da vida... ^^ A felicidade da Anita me contagia, e o Art é uma visão única!
    Fiquei mto feliz tbm pelas novidades do irmãozinho e do casamento de Anne e Leto... parabéns ao casal!
    Amooooo mtoooo! Perdão por eu não ter comentado antes...
    Beijooos mil.
    ;*

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  6. Maikon,
    Que bom que conseguiu um tempinho para a Anita, fico muito feliz!
    Bem... Quanto ao sol devo dizer: Art estava acostumado ao calor é difícil se adaptar a uma cidade nova e fria, por isso ele procura o sol. Agora se o problema é ser diurno ou notívago, provavelmente ele é do tipo diurno mesmo. Não conheço os deuses japoneses, apenas os hindus, mas não lembro de deus da noite... Apenas Surya, o deus do sol e Chandra o deus da lua. E nenhum dos dois me parecem muito simpáticos! rsrsrsrsrsrsrsrs

    Carol!
    Aff, nem precisa se desculpar, né?
    Ah! É bom ver a Anita feliz depois de tudo o que passou. Art tá cada dia mais lindo, né?
    Os dois finalmente se acertaram e o casamento e o filho encomendado confirmam isso!

    Obrigado, amores!
    bjosmil! *.*

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  7. Gente desde que acabaram com o azulão eu fico que nem uma maluca atrás dessas histórias!!!da primeira vez que eu a li não consegui terminar!!

    Mita você sabe de alguma outra história que era do azulãoe está sendo feita agora em outro blog?
    mto obrigada por nos proporcionar isso!!
    vc tem um dom!XD
    bjs EveSwan

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  8. EveSwan
    Está um pouco diferente da primeira versão, mas o enredo é o mesmo. Agora vai poder terminar com calma.

    Eu sei das histórias da pmattos, a que estava no azulão era Ônix e agora ela está postando em outro blog: http://pmattos-onix.blogspot.com/
    Lá você pode encontrar os links para as histórias antigas dela e as novas. Além de links de outras histórias do azulão, todos os que estão lá são as que eu conheço.

    Obrigada!
    bjosmil! *.*

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  9. Dizem que o amor deixa as pessoas mais bonitas e quem pode negar isso ao ver a Ani cada vez mais linda?

    Eca!! Evandro se misturou com a Fran? [/morrida

    Casamento? Bebê?! uhuhuuhuhu
    Tem notícia melhor? Não mesmo! \õ/

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  10. É a primavera! XD
    Pois é, justo com a Fran... Acho que ele estava carente. .-.
    Tem mesmo não!

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